quarta-feira, 28 de março de 2012

Um Brasil sem mestres

Dois mestres em poucos dias se foram, e eu fico aqui me perguntando sobre a justiça da vida, que eu começo a achar que nem existe. Tanta gente faz as piores coisas possíveis e, quem se encontra primeiro com a morte são dois gênios, que se dedicaram tanto a fazer as pessoas sorrirem que a suas vidas inteiras são um reflexo desse esforço, que eu chamo de sobre humano. Vão para a eternidade com estes dois mestres, uma parte da verdadeira alma brasileira, que está se diluindo diante de nossos olhos, e nós, na qualidade de contra- testemunhos, nos entregamos ao conformismo, a comodidade de ver as coisas acontecerem e não termos nenhuma parte com coisa alguma.

Hoje em dia no Brasil você ainda sofre preconceito, você ainda é privado dos seus direitos e, mesmo assim, algumas bocas se abrem para falar: O Brasil anda muito bem, obrigado. Não é questão de acreditar, é questão de perceber, de ser sensível a nossa realidade. É uma questão de não se calar nem omitir quando todos a sua volta te acham estranho pelas suas idéias. O Brasil hoje caminha de costas, ainda, e os grandes mestres estão se indo, em grandes levas: vai chegar o tempo da escassez de diretriz, e o Brasil vai somente mais um órfão, de identidade.  

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