segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Olhando no rosto da solidão

Solidão de tão presente
Já não mais parece um mal
Tornou-se tão logica e consciente
Que enxergar o fim antes do começo
Pouco a pouco tornou-se normal

Solidão de tão serena
Faz caricias em meu coração
Enquanto a alma se envenena
A razão chega a ter pena
Da ingenuidade da emoção

Solidão de tão oculta
Nesse muito tempo, só lhe vi a sombra
Seu rastro no estilhaço da bruma
Seus paços grafados na espuma
De um mar que inspira e assombra

Solidão de tão voraz
Escarnece a tranquilidade dos meus pensamentos
E tudo que um dia foi paz
Tenho a certeza, ficou para traz
Com o resto dos meus sentimentos


Amizade Pura

E tudo além do que é longe, é sincero
Todo sentimento por menor que seja
Se resistir ao tempo, é um presente
E nunca mais se fica ausente, distante
Os pensamentos nos eternizam a cada instante
Amizade pura,
Vontade de ficar perto, e que perdura constante
Conversas sem nexo, risos fáceis, elogios soltos
Como é bom encontrar tudo que se precisa de graça,
Tudo ali sendo entregue na praça da nossa alma
No largo da amizade, na rua da saudade,
Sentados no banco do reencontro
No recanto pronto das coisas boas e honestas, dispostas
E de repente o mundo não tem mais pergunta, não tem mais resposta
Não tem nada além do ombro alheio,
Da vida alheia já tão nossa
Dar as mão e dançar na roda

Na ciranda da amizade 

O Hóspede


Entre,
Sempre sente o sinta
Veja ou seja a sina
E se lhe anima, tente

Coma,
Descanse a sombra, a sobra
Tua fama é tua fome
De nada muda a sobra no prato, na prática
A gula desesperada do homem

Descanse,
Cante um canto, um conto,
Dance um tango sozinho,
E Deslize no azulejo
Sensível ao toque dos desejos que tua mão desenha
Se encante com o reencontro,
E se espante.

Levante,
Liberte as palavras que cortinam sua voz
Seja um pouco de você, seja um pouco de mim
Seja um pouco de nós a sós
Minha porta à parte faz parte
Do destrave, da tarde
Do aceno, dos pôr- dos- sois

Siga
Segure a viga do tempo sobre os ombros
Sublinhe o rascunho dos seus desencontros
E desinteressadamente volte mais pra perto
Pretenda ser de algo correto, mesmo que seja incerto
Mais se insira discreto no sonho de alguém
Alugue um coração e viva bem,
E volte quando quiser sorrir sem ninguém em volta
Pois a volta, só a gente sabe onde acaba

Em exatos dias, minutos, segundos e hora