domingo, 9 de agosto de 2015

Intimus

De todas as coisas que sinto,
de fato, nada sei.
Sentir basta,
E a intensidade compensa
a ausência dos motivos,
dos conceitos.
Eu deixo o discurso dos sentidos
falar mais alto, falar mais tempo,
revelando o que em mim
há de entrega,
de submissão.
Se deixo a razão falar,
e tentar me dar motivos,
muitas vezes sinto paz,
mas quase sempre,
durmo.
Se no entanto, fala a vontade,
os sentidos não se contentam,
me envolvem,
me deixam,
retornam,
e fico cego de tanto vislumbre,
mudo de tantas balbúcias,
surdo de tantos apelos,
louco de tanto cuidado...