terça-feira, 28 de agosto de 2012

Soneto do Tempo do Amor

Nada neste mundo me consome
A não ser nosso amor discreto
No teu olhar sincero
Onde meu olhar se esconde

E até o tempo para alguns instantes
Notando nostalgia e felicidade
Estampadas em meu leve semblante
Que outra fora estante de muitas saudades

O tempo do amor é agora
E o que exista lá fora
É perca de tempo

É palavra jogada ao vento
Que por muitos dias eu guardei
E que lancei toda ao vento quando te encontrei

27.08.2012
22:51

Do outro lado

    Se eu te sinto, por que não te vejo? Essa saudade gestada por nosso sentimento dentro do meu peito começa a se remexer dentro de mim. Tão perto e tão distante que começo a duvidar do que vejo; Assim me sinto perto de ti, mesmo em sonho: d-e-s-n-o-r-t-e-a-d-o. O amor nos ensina a caminhar por todas as trilhas da vida, e tenho dito. O amor é a bússola da felicidade, e mesmo que ela agora aponte para o outro lado da cidade, sei que um dia enxergarei tudo por cima do céu das lembranças, e verei que sempre estivemos em um mesmo lado: o lado do coração.

27/08/2012
22:18

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

À Deus

 
     E de repente, o velho episódio de despedida triste e clássica surge na minha frente como uma realidade irrefutável. Tarde demais para tentar o amanhã. Pela primeira vez eu vejo o meu tempo passar na minha frente, e eu não posso fazer nada, não cabe mais a mim, se é que um dia coube. Foram muitos planos, muitos sonhos, muitas tentativas de evitar este desfecho, mas como sempre, nada saiu como o combinado, como as confissões de amor e de vida depois de um amanhã, uma vida pra sempre. Eu quero dizer que sou forte, mas não posso mentir pra mim mais uma vez, ao menos hoje.
    E depois? o que vem a seguir neste enredo do qual nunca ouvi falar? que brincadeira de mal gosto é esta? queria que as cortinas se abrissem eu percebesse que foi tudo uma brincadeira, que existe uma chance para a vida. Eu penso a todo momento, eu escrevo atras de alento, eu toco e canto a minha dor, e dor no peito, mas agora, só o vazio de tudo que sinto me sobra. Sinto falta de algo além deste vazio, além deste frio de agosto que me arrepia a pele, que anuncia a chuva que vem vindo. Choramos sincronizados: eu e o céu.
    Quantas letras de músicas que escrevi este tempo todo, só agora, fazem sentido, só agora estão fortemente ligadas a minha história de vida. Me lembro de algumas frases agora: "É tão difícil viver todo dia sem alguém pra chamar de seu"; "Tudo ao seu tempo. primeiro eu me entendo pra depois te encontrar"; "Teu nome faz soar as notas da canção que eu componho"; "Eu sou capaz até de dar meu sangue, pra viver ao teu lado cada instante desse nosso amor, feito pra durar"; "Infelizmente não existe nada que possa ocupar o vazio que você deixou, pois nada toma o seu lugar."
    Eu confesso que não me sinto a vontade nem um pouco, e eu acho que todo mundo já notou. O que eu não consigo ser com certa frequência é muito expressivo, chorar na tua frente, implorar por alento e um dia a mais ao teu lado. Ando me revirando do avesso diversas vezes, tentando me encontrando, mas me lembrei ao final de tanto esforço, que a muito me perdi entre os teus olhos, teus braços, teus gestos, e decidi nunca mais me encontrar.
    Bem, estando eu visivelmente fora de mim, perdido, preciso me resguardar nas lembranças novamente, viver a vida de memórias novamente. Lembro da frase memorável do velho cartola: devias vir para ver os meus olhos tristonhos, e quem sabe sonhar os meus sonhos por fim. E tudo realmente é triste, tudo realmente é despedida, e eu volto a ser quem era antes de te encontrar. Eu volto a ser melancólico, volto a ser calado, volto a me menosprezar, volto a ser tudo o que mudaste. Minhas mãos trêmulas exitaram escrever estas linhas. Este fim não é triste nem alegre. Este fim é para sempre, enquanto o nosso para sempre durar. Dói escrever tais coisas, mas nada se compara ao que senti a teu lado. Adeus. À Deus.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Pensamentos de Rascunho- Liberdade

      
     Às vezes nós mesmos nos jogamos dentro de grandes prisões. Eu acho que a liberdade tem lá suas dificuldades, e como a maioria de nós detesta dificuldades, é melhor ser mais encarcerado, mais um bitolado, antagonista de si mesmo. Não ser livre é negar a própria essência. Se você andar pelas ruas, vai ver muitas pessoas presas; talvez você também veja pessoas livres, fazendo o que acham que tem que fazer, mas para uma maioria, elas não livres, mas, loucos, insanos, perturbadores da lei, da moral. 
      Ao mesmo tempo em que me dissolvo nesses pensamentos, penso estar louco, pois começo a escutar vozes em unis-som recitando uma espécie de poema constitucional: "todo homem tem direito a..." ou "todo cidadão tem direito a..."Afinal, o que é esse tal direito? mais uma teoria utópica social ou uma realidade na qual não estou inserido?
      Onde vivo, a quem venda algumas horas de pseudo- liberdade para quem tenha um bom dinheiro e se aventure pros lados de um EL DOURADO chamada zona sul. com o tempo você vai ver que tem gente que vende a própria alma e mesmo assim não se sente livre. O preço da liberdade é a coragem. o resultado da liberdade é essa consciência da calamidade humana. o que muda? Eu costumo dizer que, se a sociedade é uma prisão, os que alcançam liberdade caminham, agora, pelos corredores e pavilhões, ao contrário de muitos que ainda estão atras de suas celas, vendo o sol da ousadia nascer quadrado.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Quem sonha, improvisa

      Se sonhar um pouco é perigoso, a solução não é sonhar menos, é sonhar mais
Marcel Proust

      Acho que preciso sonhar mais um pouco, ainda que nada contribua pra isso. Tem coisas pelas quais só eu sei o quanto vale a pena lutar, vencer, acreditar. "Um sonho por dia", penso, "essa deveria ser a minha meta pelo resto da vida", mas eu sei que entre a beleza do sonho e a realidade, existe uma falácia gigantesca, que somos nós mesmos. Nós mesmos decidimos, direta ou indiretamente, no que acreditar, pelo que derramar cada gota de suor, de paciência; Nós mesmos decidimos quando vamos libertar nossos sonhos, por mais idiotas e ingênuos que eles nos pareçam.
      Existem pessoas que simplesmente param de tentar a mudança, de promover a dinâmica da vida que mantem a alma sempre nova. Deve ser o peso dos sonhos não realizados, seja por nossa fraqueza ou pelo tamanho de cada sonho, que mantém alguns de nós rentes ao solo do marasmo, da rotina, enquanto existem infinitas possibilidades no céu da ousadia, mas até mesmo pra olhar dentro dos olhos da ousadia, falta coragem. 
      O sonho é uma simples vontade contida dentro de nós, mas quantas vezes não nos abstemos de ter vontade? perco as contas. Eu acho que essa tal de vontade é uma forma como vemos o mundo a nosso favor, um mundo de situações onde nos encaixamos bem, de certa forma. Então o exercício do sonhar é  manter dentro de si a vontade de enxergar o mundo de uma determinada forma? Eu não sou uma pessoa tão capacitada a fazer definições, eu apenas atesto, com experiência própria, o poder de um sonho realizado na vida de qualquer pessoa. 
      Sem se importar muito com o tempo, sonhe, viva. O sonho é como um torrão de açúcar: além de adoçar o café amargo da rotina ele vai atrair, sempre, algumas "formigas", que vão querer a todo custo nos levar os sonhos doces embora. Solução? mantenha sempre o pote dos seus sonhos bem fechado contra as opiniões maldosas, das almas pobres, e terá sempre uma boa leva de boas ideias e de sonhos para levantar o astral e redefinir os caminhos que você nem imagina que vai seguir. Quem sonha, improvisa.  

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Rabiscando sobre a felicidade...

     Eu acho que eu não sei o quanto sou feliz, o quanto eu ainda posso encher meu rosto de sorrisos. Na verdade, felicidade é um estado passageiro, e o que muda sempre é o tempo que a gente se dispõe a manter essa coragem de ser feliz. Felicidade é uma vocação de quem aceita viver, e deixar de apenas existir, como um boneco de barro. Ser triste é muito mais fácil e mais viável, se você parar pra pensar por um tempo vai chegar a esta conclusão. Ser triste é desistir de si mesmo e descobrir a comodidade neste novo sentimento. A tristeza é inerte, enquanto a alegria é dinâmica, é a forma como a vida nos conta de quantas chances nós temos de nos sentir bem.
     Há uma ira espalhada pelo mundo, nas palavras, nos gestos. A ira é o pavio que incendeia o medo, e se é preciso coragem para se ser feliz, então o mundo anda longe de ser feliz. Ninguém quer mais correr riscos, perder pessoas, coisas, por seus ideais, por que lhes parece muito ousado, muito longe de suas realidades. Ser feliz não tem nada haver com mudar a vida das pessoas, mas sim, mudar a realidade do seu mundo particular, dos seus pensamentos, das suas lembranças. É como se de repente você mudasse um pouco o foco, acreditando que existe uma possibilidade de se viver as coisas de uma forma melhor.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Qual o seu ângulo?

Existem lembranças que surgem de repente na nossa frente, como alguém que passa em frente a nossa casa numa noite de segunda e te da um boa noite. Essas lembranças sempre se conectam a outras e sem percebermos, nos deparamos em uma sessão particular de regressão, que nos levam para todos os passados: o de ontem, o de hoje e o do amanhã. O tempo é feito o amor e o vento: nós apenas os sentimos na pele, e sentir já é uma grande justificativa para tudo. O que somos é garimpeiros de justificativas, de sentimentos sintéticos, de verdades analgésicas. Não é preferível sentir dor, por que a dor nos leva ao repúdio, e o repúdio nos leva a dúvida, seja ela crua ou mal passar, vai depender de como você queira ser servido. É preferível a ilusão do que a ausência de respostas, de verdades saídas do forno. Tudo menos o vazio, tudo pra que aja luz nos dias frios de julho, e dentro de nós. Mas será que pensamentos assim só não nos sobram quando estamos vazios? A solução é se esforçar em enxergar outros horizontes, outros olhos, pra que solidão não seja confundido com egoísmo. A responsabilidade pela duração de muitas coisas nessa vida é de responsabilidade nossa, e sem receio eu digo que, o que há de eterno e permanente em nossas vidas é de nosso mérito, em querer manter intacto a lembrança, a esperança, o sonho imenso. Amor, alegria, solidão e tantos outros sentimentos, são apenas formas de se enxergar a vida, sempre por uma nova ótica, um novo ângulo.