segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Amor...


          Amor, será que você não percebe que essa tua verdade, dura e que muda a cada hora só me faz mal? Será que tuas vontades são um eterno carnaval de fantasia, e que a toda hora encontra sua quarta feira de cinzas, aonde por fim só me sobra à desconfiança, a descrença. Logo eu, já quase convertido à doutrina do acalanto teu, segredado na noite fria. Logo eu que entrego meu espirito diante da paz da tua voz, estou sendo levado a um ateísmo profundo nas coisas que são sinceras e do coração.
          As lagrimas desejam, por fim, recair sobre o meu rosto, mas nem mesmo a força necessária para tal coisa me resta. Esse desengano com o qual me presenteias, pedaço por pedaço, somente aumenta a chama da agonia em meu peito, de forma que as possibilidades que nos rodeiam parecem querer me ver um tanto quanto desvairado. No entanto, louco ou não, eu sei o quanto tua presença, em corpo, alma ou sentimento, me transforma, me faz ser quem eu realmente deveria ser.
         Eu vivo o teu mundo, de corpo, alma e humildade, mas parece que tu não o fazes, de forma que te aborreces com algumas coisas perdidas em minha vida que te atingem de raspão, e às vezes a queima roupa. Parece até que nossas palavras se perderam em qualquer lugar, menos em tuas memorias. Infelizmente sofro, por que eu ainda as guardo, no fundo do peito, longe de qualquer desconfiança.
         Nós prometemos nunca deixar a chama do nosso amor se perder em qualquer brisa, usando o carinho de nossas mãos para nos manter felizes, e o calor de nossos corpos para sermos em fim um só. Talvez o nosso erro esteja sendo o de enfrentar a vida com muita maturidade, quando o amor é coisa simples, é a magia da inocência em viver um sonho a dois.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Pra que?


Eh,
Não sei ao certo se ainda quero insistir
Se não existe mais motivo pra sorrir
Se agora a vida é só um sonho que acabou

Eh,
Eu vejo as memorias que agora mortas caem pelo chão
Eu vejo minha alma calada e perdida pela imensidão
Do teu olhar solitário
Que se perde no horizonte do meu ser

E eu me pergunto...

Pra que querer guiar-se
Pela luz de um céu, sem luar
Se os nossos passos juntos
Já tem tanta historia pra contar
Se o nosso amor é um poema escrito no olhar

E por mais
Que as lagrimas e os soluços silenciem minha voz
A vida ainda espera um pouco mais de nós
Um talvez

Composição: Felipe de O. Ramos
Harmonia e melodia: Felipe de O.Ramos

Novamente nos encontramos...


Novamente nos encontramos, eu e tua tristeza introspecta, como dois antigos rivais de um conto medieval. Enquanto minhas mãos buscam o nada, as palavras saem de minha boca, descompassadas, procurando o mínimo sinal de mudança em tua feição.Vejo de repente, um sorriso no canto do rosto, mas é só. Um sorriso apenas, e assim sem graça, já não me basta: Não tem a mínima possibilidade de me saciar! Eu quero novamente reencontrar a felicidade nos teus olhos, e assim, passar novamente a acreditar em mim mesmo e em meus sonhos. Eu preciso de você para entender o mundo ao meu redor, que longe de você parece um grande álbum de imagens repetidas, de sentimentos desgastados e fracos, de verdades maleáveis.

Poesia Desgastada

Eu sigo com a voz embargada
Por dentre as estradas de uma vida penosa
E a toda hora olhando pros ceus eu faço uma prece
Pedindo que a chuva venha para que eu regresse

Na mala, os sonhos e os desejos
Nos olhos, as marcas da partida
Mas no pensamento, nenhum rancor
Por essa tão injusta vida

Pois o sofrimento é coisa simples
Coisa irremediavel de qualquer vida
O que varia é o tamanho da ferida
Que vai deixando na gente
Sinceramente, de importante eu não tenho nada
Morei em casa de lata, alpendre e alvenaria
Fiz do pranto de meus irmãos uma poesia
Com a felicidade presa numa rima escarssa e alternada

Meu amigo silêncio


Já é tarde da noite, e tu silencio amigo, estás aqui novamente, ao lado deste teu pobre admirador de longa data. Só tu poderias me amparar neste momento, aonde as lembranças insistem em me atordoar. Já estava esperando mesmo a tua visita, já que parece que eu não vou mais dormir hoje. Melhor assim, sobra mais tempo para por as lembranças em calmaria.
Nem preciso te falar muito que é que penso: você já pode presenciar meus choros e agonias. A vida anda cada vez mais complicada, até parece que a nova piada do século sou eu. Reencontro velhos amigos, experimento coisas novas, e mesmo assim a cabeça não relaxa no travesseiro: eu não consigo esquecer os problemas. É o medo do amanhã, o receio do hoje, é a ferida mal cicatrizada e ainda profunda.
Somente ela me faz, por algum tempo, esquecer não só os problemas, mas tudo em minha vida. Tu sabes de quem falo, pois foste tu meu confidente fiel das noites em claro, dos versos tão cheios de sentimento. Silencio, no teu ultimo gesto de irmandade, leva minhas saudades para longe dos corações.

29/05/2010

Essa tua indiferença de cada dia


Procuro abrigo, encontro teus olhos.Tua indiferença me transpassa o peito todas as vezes que te entregas aos problemas e renega minha busca por refugio em teus braços. Teus olhos buscam sempre horizontes que divergem do meu, e enquanto tuas asas se abrem,  a minha boca se fecha. O teu silêncio inspira preocupação, e o meu remete incômodo, inquietação. Tua postura parece dizer que o direito do silêncio é somente teu, e poderia eu discordar de algo que venha sobreposto em tua voz? Poderia eu, lembrar-me dos meus problemas e esquecer-me dos teus sonhos? Tenho vontade própria apenas quando sou surpreendido pelo toque de suas mãos.