quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Branco é triste

As folhas de papel andam brancas por esses lados. Tenho olhado para elas, tão tristes em sua alva e triste condição, e tenho me compadecido de suas tristezas. A mão do poeta não tem espelhado o coração como antes, e sua miserável condição tem angustiado tanto essas pequenas sutilezas de celulose que elas estão vazias, solitárias e brancas.

No mundo poético onde moro atualmente, um pouco diferente dos outros por onde passei, tudo que é triste  é branco. Branco por aqui lembra  imparcialidade, e quem se auto- critica buscando o sentido das coisas, sabe  que ninguém sensato assina compromisso com a aleatoriedade. Branco é o resultado da nossa omissão, por que a alma, a mente e o coração, seja de quem for, não são "acolores", e me soa quase como uma covardia não colocar ao menos um pouco dos três a frente da vida, levar ao menos um dos três estampado no peito.

Há quem tenha vergonha das cores que tem e vive quieto, olhando com certa inveja as cores das outras pessoas. Queria eu entender como os outros usam as cores alheias para ilustrar suas próprias vidas. Eu mesmo não resistiria ao ver algo em mim e logo ser acometido pela lógica mais clara para o momento tão oportuno: isso não é meu! está em mim e não me pertence! não conta nada de mim além da falta de coragem para me por um pouco mais naquilo que espero.

As vezes o que temos é somente um espelho da angustia da qual sofremos: o desejo para uns é impulso e para outros é apenas um analgésico. Essa angustia e individualismo não são puro egoísmo, contudo, me parecem muito mais um cuidado, para evitar que eu procrastine a mim mesmo e me adie para o dia infinito no calendário do mundo, que é mais conhecido como amanhã; E o amanhã parece nunca chegar para quem tem preguiça de viver, e se você não tem essa preguiça você pega! Ela esta no ar, está sentada na sua sala de estar nesse momento, esperando um único e certeiro bote para injetar, por fim, os venenos tão delirantes da rotina, do sonho acordado, das desilusões.




terça-feira, 20 de agosto de 2013

Parabéns sempre é muito pouco

O que se pode dizer a mulher de sua vida quando ela completa mais um ano? Parabéns sempre é muito pouco, e palavras são muito falhas para se mostrar o que realmente se sente lá no fundo do peito, especialmente quando se ama. As coisas parecem ficar mais intensas, mais vibrantes. E como eu sou agradecido a Deus por ter pacientemente gerado e criado com tanto cuidado aquela que seria a minha maior fonte de felicidade desde o dia em que lhe pus os olhos. Há 14 anos, a vida sussurrava no meu ouvido que logo mais eu poderia ser feliz como não poderia imaginar, e eu fui paciente e acreditei na vida, e hoje sei que valeu a pena. No fundo eu sabia que você viria; no fundo eu sabia o quanto especial você era; no fundo eu sabia que se eu não conseguisse chegar até você, você iria ao meu encontro, e nas trilhas aleatórias da vida nos encontramos e nos reconhecemos no bater forte do coração, na respiração, no toque carinhoso das mãos dadas, e vi que o meu para sempre combinava perfeitamente com o seu.

É impossível não se apaixonar por você; É impossível não se contagiar com o seu sorriso, com o seu carinho, com seu jeito próprio de olhar a vida e conseguir o que quer com toda desenvoltura, docilidade e gênio forte de uma mulher que está aflorando suas emoções. É lindo ver você crescer, cada vez mais ser dona de mim, e eu apenas me deixar levar por que já fui conquistado por completo, de tão especial e única que você é aos meus olhos, e provavelmente aos olhos de muitos dos que te amam.

Eu não te vi nascer, nem crescer, mas vi você gerar em mim a coragem e o amor que hoje me leva a escrever essas mal escritas linhas, mas sinceras. Esse “filho” chamado amor e que temos tanta veemência para chamar de nosso, ontem fez um ano de vida, e vida feliz. Olhando pra ele, vejo o quanto você é perfeita, especial e hoje morro de alegria por ter você: minha, inteira, eterna. Te amo.

domingo, 4 de agosto de 2013

Pra cada coisa, um pouco de mim

Eu tenho um pouco de mim 
Pra viver um pouco de cada coisa
Pra trocar a roupa da loucura
Pra me embriagar de infernos e canduras

Sou completamente heterogêneo 
Feto amado da transição dos milênios
Sou feriado curto pra pensamento longe
Por que perto do homem só existe o dispêndio

Quando meu olhar repousa
Eu reavalio a realidade das coisas
E ela ecoa longe do meu pensamento diário
Distantes de mim como as almas ditas boas

Eu não sou sujo, nem limpo
E nem me agrada ser meio termo de estado
Eu olho de cima, desassombrado
Vendo diluir-se , verdades e fatos
No copo d'agua do meu dia a dia
No ácido forte da minha poesia