quinta-feira, 5 de junho de 2014

Criança

Feita em 10/01/2012

Criança, felicidade árdua no peito juvenil
As tardes tão febris de puro sonho
O desencontro com a tristeza
E beleza singular de ser feliz

Criança, e a mágica de um sorriso
O precipício da inocência
A ponto de almejar a insípida adolescência
De futuros destruídos.

Criança, somente por ser belo
Esse encontro paralelo de medo e dor
Por querer ser o elo da simplicidade e do amor
Por querer sonhar de olho aberto

Criança, pra nunca dizer amanhã
Sentir o afã de ser o que quer
Viver lado a lado com a fé
Como se ela fosse de fato companheira e irmã

Criança, somente por ser
E deixar acontecer os milagres da vida
Cessar esta procura por uma saída
Parar de tentar entender.

Transição

(15/12/2011), nos corredores do IFRN, zona norte

Em extremos minha alma se lança
Sem medir na balança o peso do erro
Descobrindo os segredos de um medo que emana
E nos olhos dilui todo brilho de um céu negro

Minha poesia cativa é acalanto
Entre os tantos entretantos do escárnio
Descompassado e remetido no pranto
Pelas dúvidas nas quais eu me indago

A loucura das tardes conhece meu sorriso
E o meu suplício eu ofereço a noite escura
E despida de nuvens, a luz rega meu recanto
Nesse meu estado de espanto mesclado de candura

Toda essa melancolia exalando dos meus poros
E a alegria vez por outra nos meus jovens olhos
Entendo por serem o desamor, a juventude, rude,
Remoendo o que já é destroço

Amantes (27/01/2012)

É novamente o fim do ato! Os lençóis, como  cortinas, declaram um novo fim, banhado de luz, suor e desejo...E eu me envolvo em teus braços num ato furtivo, improvisado. Nossos corpos se enlaçam e se unem, nossas almas se despedaçam e se regeneram de forma que, a cada raiar de dia, já não somos mais os mesmos.E as vezes deixamos até mesmo de existir, restando apenas este nosso amor despreocupado. E quando nos unimos, finalmente, num êxtase que beira o nudismo do ser, eu fecho os olhos, repouso tua cabeça em meio peito e recomeço a acreditar na felicidade.