quarta-feira, 23 de maio de 2012

Essa Falta de Você


Sim, está é mais uma daquelas noites em que me reviro em lembranças. O olhar preso em um ponto qualquer do quarto já traduz o estado do meu espirito: em eterna fulga, na tentativa tão frustrada de mostrar as coisas que sussurram ao ouvido a promessa de comungarmos do mesmo sorriso, em algum lugar do futuro que nunca tive longe desssas sensações que cada palavra tua causa em mim.

Uma lembrança um tanto quanto amarga, nasce nos meus olhos e escorre pelo meu rosto, até morrer em queda livre ao chão. Detalhes gravados em mente, palavras que nunca saíram da minha cabeça... você me rouba os pensamentos e eu me esqueço.

Eu me esqueço de mim mesmo, na tentativa de te encontrar em algum lugar em mim e, finalmente te encontro, num misto de sonho e desamor. Viver ao sabor do destino e da rotina já não me é tão interessante, e a coisa realmente mais relevante para mim nos ultimos dias, meses ou anos(são apenas numeros), é essa falta de você.

Solidão de copos e rostos


A solidão é um trago amargo
Que embarga a voz da inocência
É a inebriante embriagues do cansaço,
“Cantando a ilusão soez.”

A solidão é este rastro
Deixado nas esquinas por meus pés
Nas calçadas que eu não voltarei a pisar
E Nas canções que eu não cantarei

Solidão é o som familiar do vento
Que passa com liberdade por entre os cômodos vazios
Que também transpassa meu corpo frio com um veneno
A base de espera e contentamento

Solidão é um grande copo cheio
Às vezes de álcool, noutras vezes de pranto
Num desespero nunca alheio
De tanto que o receio faz do poeta um recanto

Solidão é essa saudade por rostos
Nunca por nomes
A única coisa que resta nas memorias são os olhos
Depois tudo, de repente, some


  

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Memórias e Cobranças

Você não poderia ter me deixado assim, ou deveria ter evitado me deixar nessa situação, com os braços da alma acorrentados pela dúvida. As vezes é difícil ser livre, livre para viver e, para ser pior, livre para escolher. Prometo-te os meus pensamentos, mas, os sentimentos já pertencem a outras páginas, mesmo que sendo escritas um pouco longe de mim. Já abri mão de tanta coisa, e novamente a vida me deixa a opção dolorosa, mas tentadora, de pôr a minha felicidade em jogo, apostar todas as fichas e caminhar no escuro, não tendo a certeza do sorriso em meu rosto no próximo dia ao teu lado. Eu preciso que você me prometa, acima de tudo, paz, pois o resto a vida se encaminha de trazer para junto de nós. No mais, não devemos apelas para o passado, e todas as lembranças que temos juntos: não vale a pena viver desta forma, se justificando por coisas que só cabem em nossas memórias, e não mais em nossas cobranças. Não cobre o que não nos cabe, não tente entender e nem falar sobre o que sinto, e assim, me sentirei mais a vontade para ao menos dizer-te te amo, mesmo que nunca venhamos a viver, na prática, toda a extensão dessa pequena frase.

Pequeno Pensamento de Outono

Eu não tenho mais aquele brilho nos olhos, nem de felicidade e nem de lágrimas. A vida sempre escolhe nos ensinar as coisas da forma que menos esperamos, e assim, nunca conseguimos falar com propriedade que conhecemos a vida, ou que temos algo na palma da mão, já que há pequenas partes da vida que não cabe no infinito, quiçá em nossas mãos.

Promessa de Deus (Felipe Ramos e Raphael Gonçalves)

Eu te espero aqui
no fundo das nossas memorias
pedindo pra sorte
te trazer pra sempre

E além do meu sorriso
das minhas canções
existe uma espera
por um tempo que não passa

E é tão fácil perceber
no brilho do olhar
que ainda te espero
que existe ainda um tempo

Vem me dar a mão
pra recomeçar
sei que agora o vento
do senhor nos guiará

E por mais que os caminhos
sejam tão difíceis assim
o senhor te fez
pra mim

Todo tempo é pequeno
para o que é promessa de Deus
você e eu
um só

Eu e você juntos assim
como num sonho
que Deus fez para mim

E para sempre viver
perto um do outro e aprender
que o verdadeiro amor espera


Resquícios Melancólicos

A poesia da minha vida anda incompleta, e me resta por fim procurar, todos os dias, sentimentos que rimem com os meus sonhos, mesmo que por pouco tempo. Eu preciso encontrar sustento nas promessas alheias, mesmo que passageiras, por que minha perdi minha paz e vivo inquieto a procura de respostas que eu achava que tinha comigo mesmo. O fervor dos meus dias agora rodopeia em meio as ruas áureas de minhas lembranças, enquanto que aqui por fora, por entre os olhos e o sorriso, me sobra contentamento, me sobra as migalhas das tão grandes vontades, vertidas em nada. Tenho aprendido, passo a passo, a ser quem sou, já que havia aberto mão disto para tentar ser o que ela sempre esperou que eu fosse, e eu fui, intenso e completo, pena que não saciei a sua fome de sonho.

Apesar de tudo, nenhuma mágoa profunda, nem nada que deixe mancha em nossas histórias e verdades, apenas uma vontade sempre contida de tentar viver tudo novamente, vendo nos gestos do presente uma porta para reviver o passado. Além disso, nada demais, apenas a vida sem graça, contida nas poucas palavras e sorrisos sinceros, apenas as mesmas manias, as mesmas vontades de antes. Mas não adianta ficar a me lamentar, pois as mudanças em minha vida, são de responsabilidade minha e de mais ninguém, me resta por fim reunir as ultimas forças resultantes deste desgaste e seguir adiante, é para isso que servem os dias: para nos mostrar que, acima de tudo, cada abrir de olho é a chance de não se cometer o mesmo erro, e assim, acertar mais uma vez.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Imenso Azul (Inspirado em Nocturno- Chopin)

Daqui de onde estou ainda pareço enxergar-te por entre os vidros da janela, distinguo tua sombra em meio ao escuro da noite e refaço teus passos por sobre a areia da praia, tentando entender teu mundo, tão profundo, tão cheio de arrecifes e mares de lágrimas que brotam dos teus olhos de descrença. Teu rosto ladrilhado pela solidão agora reflete a luz das nossas vontades, tão grande que ofusca o brilho do luar imponente no céu, mesmo que por alguns segundos. E em tudo somos sutis, somos detalhistas. posso distinguir o brilho de cada estrela na tua retina, na tua alma. Nos entregamos aos abismos, esquecemos de nós, e só assim descobrimos quem somos de verdade, só assim alçamos velas nas trevas de cada dia, seguimos a diante com nosso sonho, rumo a aurora que nos espera, a aurora do futuro, de nossas esperanças. Tudo em nós é contagiante, e tudo em nós grita a todo instante pelo complemento, pelo afago e mérito ao fim da busca. E nesses momentos tão sublimes ao teu lado, eu percebo que amor não tem nada a ver com outra coisa senão a coincidência de seguir o mesmo caminho de outra pessoa.