quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Loucura de uma bailarina efêmera


A luz se apagou dentro de mim
Fecho devagar as cortinas da imaginação
É fim do ato, gritos de bravo! Aplausos para mim
Que danço sobre o tablado do coração

A cada passo, o medo do erro
A tensão toma de conta do corpo inteiro
Em cada suspiro, abraço
Cada movimento se torna perfeito

Eu danço ao som de uma musica que ninguém ouve
Por isso me chamam vez por outra de louca,
E eu choro pelos medos que ninguém mais teve
E por isso a minha voz embarga e fica rouca

E cada salto é a vontade de voar pra longe
De voar, meu Deus, nem sei pra onde
E sigo descrente com os pés calejados
Cortes por todos os lados, pequenos atalhos

Tudo pra enfim encontrar o teu olhar no meu
Tudo para sentir tua vontade na minha
E girar sem ter medo de cair no esquecimento teu
E receber em aplausos tudo o que ainda tinhas

Mas já é fim do ato, se foi a magia
E já me tornei novamente efêmera,
Me tornei totalmente vazia
De poesia, da alegria de quem representa

Me torno humana completa
Vejo o amor descer as escadas
De mãos dadas com quem eu nem esperava
E de quem fiquei isenta, olhando a lua da sacada
Deixando seu brilho me tocar o ventre e as estranhas
Deixando o vento me arranhar e contar estórias estranhas
De um tempo realmente feliz 

Nenhum comentário:

Postar um comentário