sábado, 10 de novembro de 2012

Absolutamente Nada

        Não sei se sou eu ou se é o mundo, mas algo em mim gira como um carrossel bicolor e eu acho isso tudo muito bonito, mas é repetitivo demais. É como voltar muitas vezes ao passado, e eu admito que é bom ir até lá de vez enquanto, mas ficar por lá pra sempre já não é a mesma coisa. Acho que com o passar do tempo, as coisas a minha volta estão mais profundas, tanto que é impossível agora escutar uma musica sem pensar quantas pessoas a ouviram e quantas vidas tomaram diferentes rumos com uma mesma letra. É impossível ler a um livro e não imaginar que, ao ler os sentimentos presos de um mero escritor, estou lendo e ficando intimo da vida de tantas pessoas que veem suas vidas refletidas no espelho de cada página. Confesso que esse sentimento pluralista é muito bonito e mágico, mas vez por outra gosto de me sentir individual, singular e, por ironia do destino, ser único e singular é ser como todo mundo. As lembranças, o sangue pulsando quente nas veias e artérias: tudo que me separa me une com tantas pessoas, e umas eu nem ao menos conheço. É assim que somos eternos, vivendo uns nos outros sem escolha, e quem morre também tem que ser humilde o suficiente para  perceber que agora tem que viver no outro.
         Talvez mais triste que lembrar a morte, é ver o carrossel da vida ir perdendo as cores, a função, e essa é a grande jogada da vida, saiba disso. Quando não é mais tempo de se fazer por conta própria, é hora de abrir espaço para outra jovem alma, para outro jovem pintar o carrossel das cores que quiser, afinal, não podemos fazer nada mais do que isso. Contudo, será sempre nosso. Saberemos para sempre que por baixo de quantas camadas de tinta e madeira houverem, sempre vai haver algo do que um dia foi nosso. Sinta-se infinito antes que seja tarde, e você não possa mais abrigar em você o outro. Se coloque no lugar de alguém,  faça algo comum e gozem planamente da eternidade que eu e tantos outros gozamos. Você é infinito, só que ainda não percebeu. 

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