O rosto já marcado vai de encontro ao
vento, o pranto de encontro ao rosto, e o sentimento se diluí em cada lágrima
que o vento seca como orvalho na flor. Talvez seja por ter tanta poesia contida
na minha história que tenho os gestos tão resumidos, tão contidos em mim mesmo.
Talvez seja o medo de que tudo transborde e eu acabe embriagando alguém com a
minha vida. Talvez esse brilho no olhar não seja mais pureza, mas sim o medo de
ter que sair correndo de novo pra longe da vida de outra pessoa, e ficar
olhando cada vez mais para o que eu deixei para trás.
Eu sei que o tempo passa, engana o
coração e o pega de surpresa, e de repente, já estamos presos novamente nas
grades da paixão. Eu sei que a carência muitas vezes poderá falar mais alto, e
o carinho de alguém poderá mudar drasticamente minha vida. Eu sei que tudo isso
é lindo, mas eu estou de saída, e mesmo olhando para trás, e caindo sempre que
me descuido, eu estou preparado para provar, não sei quando, nem sei o quê, mas
estou. Estou pronta por que aprendi a
chorar caminhando, sem parar. Aprendi a sorrir sem me distrair, e ainda a usar
o seu brilho para iluminar as veredas da vida.
Confesso que tudo com um pouco de alegria fica mais fácil de suportar,
mas Não é regra do jogo sentir, nem muito menos racionalizar os sentimentos. A maior
regra da minha vida é seguir adiante, mesmo que às vezes um pouco misteriosa,
mesmo que às vezes muito distante de tudo. É assim que me conheço, e é assim
que me sinto tão mais perto de mim como nunca antes. Me viro as avessas, me
perco nas minhas vontades e tenho a liberdade de ser em mim o que preciso. Alguns
podem ter até aversão as complicações, mas em meu pequeno mundo particular,
quando a vida complica é por que ela acredita muito mais em mim do que antes.
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