Salve a pátria, salve a prata
Salve o ouro de tolo nas mãos do tolo
Que não vale ouro
Salve a pátria, salta e aponta
Salta pra ponta do dedo que acerta
A testa de quem apronta
Salve a pátria, salve a conta do patrão
Me Embale meio quilo, bem farto
De dinheiro bem lavado, de corrupção
Salve a pátria, dai-lhe parabéns
Dai-lhe tudo que tens
O que tens pra ganhar e o que ainda nem te convêm
Salve a pátria, a palhaçada
A micareta fora de época, o suborno nas horas certas
O picadeiro nas arquibancadas, congressos, bancadas
Salve a pátria, patriarca, paralítica
Salve a nação da política preguiçosa
Que não estende a mão por tanta gente corajosa
Salve a pátria, o point do momento
A casa high- tec do preconceito, do pressuposto
Manjar e deleite não para seus filhos, mas pra todos os
outros
Salve a pátria, a alfabetização ainda nos falta
Nos falta a água que nunca chega, e o povo se queixa
O povo se deixa seduzir
Salve pátria sempre minha, sempre mina
Por onde caminham sorrateiros eu e os sonhos alheios
A resistência por tantos leitos
Salve pátria, culto da bola
Salve a pátria que nem sempre se salva
Quando o barraco rola no barranco
Salve a pátria, senha mãe de todos os bancos
De tantas palavras bonitas, palanques e planos
Que não passam de uma folha em branco
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