Eu preciso me encontrar mais uma vez
É fato que ando perdido, desnorteado
Conheço-me mais que qualquer outro
Que um dia eu quis tentar ser
Se eu soubesse o que sinto, não escreveria
Minha poesia é feito espelho de minh'alma
Nela enxergo as coisas dentro de mim
Se que revolvem frenéticas, como náuseas
Dubitare nostrum quotidianum, a permanência
A ausência frequente da presença alheia
Eu sou o que escrevo e o que não consigo escrever
Eu sou a suma descrença dos sonhos particulares
talvez eu ainda seja um feto prematuro do destino
homem nos atos, menino nas vontades
inesperado nos sorrisos, burocrático nos gestos
com o coração escancarado pro lado de dentro
Ttalvez eu já seja velho protótipo de vida
Comendo pelas beiradas, beirando os dias como se fossem madrugadas
E eu perco a noção do tempo
Eu perco a salvação e ganho os medos
Talvez, porventura, possivelmente
A minha vida ainda se resume nas condições, nas esperanças
Mesmo eu já tendo perdido um pouco disso
Mas é incrível como é grande em mim a certeza
De que essa santa que salva corações e almas, chamada esperança
Só morrerá comigo, pois sempre foi comigo, e no fim, também irá
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