segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Todo carnaval tem seu fim

     Quanto tempo faz que estou aqui, ao teu lado, fazendo de cada minuto uma peça chave para que, enfim, eu possa fazer parte completamente do teu mundo, no entanto, nossos olhares não se sustentam em busca do outro nem por 5 minutos, e assim padeço na indescritível sensação da dúvida. Eu fico a pensar em coisas que nunca pensei, choro por coisas que ainda não havia chorado, mas a tristeza é a mesma, a grande companheira de infância. Tenho medo desta inconsistência de pensamento que se poem a me circundar, e na dúvida, prefiro não arriscar mais uma cicatriz em meu coração marcado, e permaneço intensamente estático.
     É engraçado como, rapidamente, os sentimentos vão se permutando no espaço da dor, e agora, a duvida se foi e restou ao meu lado, o ressentimento, a culpa. as coisas, vistas de um ângulo diferente, parecem dizer que o erro sou eu, ou deve ser eu, por um motivo ou outro que pouco interessa neste instante. O fato é que, passando de promotor a réu, começo a entender as coisas realmente. Me apego ao orgulho, procuro as milhões de saídas que construir no meu mundo particular, mas infelizmente, sem perceber, construí todas as portas com destino ao coração, e em minha existência, não há sequer um alguém que lhe possa assumir o posto de mais confuso do meu mundo, se é que ele não é o meu mundo mesmo.
     O carnaval de todo mundo está apenas começando, mas, o meu terminou antes mesmo de começar, pois não há felicidade na saudade, somente uma vontade que, se não liberta logo, é sufocada pelo tempo e pela distância, como eu agora, e assim, finda-se em nada. Se é assim, mesmo que triste, quero viver a realidade intensamente, e se me resta apenas o nada para ser, que eu seja o nada intensamente, como quem nunca soube um dia o que é existir.

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