terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Exorcizando sentimentos

      Hoje, ainda não consigo dizer que é o fim, mas posso dizer que a vida começou a andar, mesmo sem você. De fato, qualquer ausência é dolorida e a tua não poderia ser diferente, mas meu coração é velho guerrilheiro, cheio de medalhas e prêmios por disciplina e auto-controle, algo digno ao menos de vangloria. Novamente chego a constatação de que meu estado de espirito não é dos melhores, e que tudo agora é um pouco exorcista em meu cotidiano. Já me vi em melhores condições, mas isto é passado, que eu não posso mudar e não quero mudar também, pois existem coisas muito lindas para serem riscadas da memoria assim sem mais nem por que! 
      Rock e samba pela tarde, foi tudo muito bom. Recentes e grandes amigos ao meu lado me serviram de auxilio nesta nova e engajada caminhada, e eu tenho a mais pura certeza de que vou continuar e alcançar meus objetivos, mas sem a alegria habitual no rosto, estampado e desinibido. Na espera pelo povo, me entreguei por alguns minutos ao silêncio da ribeira, hoje muito vazia por sinal. sentado no banco da praça(e que isso não lhe remeta a musica sertaneja ), pensei na vida, nas coisas que aconteceram, e decidi que vou arriscar. vou deixar o monotonismo de lado e vou me engajar na procura pela cura dessa minha loucura. 
       Fiquei agora pensando em como é que devo começar a reorganizar a minha vida, e mesmo que isto lhe pareça engraçado e lógico, para mim é a primeira vez que passo por uma experiência como essa, experiência certamente de morte, como diria meu professor de filosofia, que considero quase um pai. A filosofia, em todo este ano letivo, veio acompanhando minha vida até agora, e quando estamos prestes a discutir Schopenhauer e o amor, eu já não sei o que ele é, ou pelo ou menos, o que ele significa para meu coração poeta, voraz, e ao mesmo tempo ingênuo. O certo é que vivi enclausurado em minhas palavras e esqueci que as coisas ruins também acontecem aos que veneram e cortejam as boas coisas da vida, e isso acontece por que a vida é justa, ou ao menos é isso que a vida quer que eu entenda.
      Ainda me maltrato e, ao ser interpelado por amigos e familiares que ainda perguntam por ela, me faço rápido de desentendido, invento outras conversas, tudo para não ter que admitir que te perdi, e sem motivos aparentes. se você me ama mesmo, ou algum dia me amou, como eu bem acredito, sei que você não vai me deixar sofrendo assim desse jeito e, ou um dia vai voltar a dizer eu te amo, ou vai dar um limite a isso tudo, e assim, não precisarei sofrer compulsivamente e sem motivo. é preferível a dor encaminhada do que um sentimento desvairado.  

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