De teus gestos contidos, porém emergidos em desejos
de nossos olhares cinéticos, pela vida lapidados
nossos corpos marcados por nossos frenético beijos
Ai de nós, que segredamos nossas caricias pela tarde
e na alvura da noite confortamo-nos em nossos sonhos
e na ausência de palavras, transformamos em versos a saudade
e colocamo-nos face a face com a felicidade quando nos encontramos
Queria hoje também enlaçar teus cabelos em minhas mãos
deslizar minha mão errante por teu corpo novamente sem pudor
converter-nos numa dor a dois pagãos
escravos eternos de um velho amor
benditos sejam esses prazeres que me consomem
apenas em pensamento, apenas na lembrança
bendito seja esse meu verso-homem
ejaculando os velhos sonhos de criança
benditos sejam tuas vontades
melodias de pujanças
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