quinta-feira, 18 de julho de 2013

"Liquefeições" de sentimentos

Me embriaguei do que sobrou
Dos nossos sentimentos liquefeitos
Se desfazendo entre os meus dedos
Com medo de um talvez futuro que não chegou

Nós não esperávamos nos ver
No reflexo triste de uma lagrima de até
E agora seja o que Deus puder

Fazer por quem não sabe querer entender

O amor chegou não sei aonde...
Onde é que o amor se esconde mesmo?
O amor que eu senti suspenso no beijo
É o mesmo amor inteiro pra ontem?

Faz tempo que eu não vejo
O sereno da chuva cedendo pureza
Fervendo em suspiros contra  a correnteza
Sufocante do desejo

E a culpa é de quem? É pra alguém?
Se o tempo passa na parede alva
No revestimento celeste de minha alma
Eu entrego esse descontentamento pra quem?

Destilar! Desentoar o afeto escondido
O insubstituível grito de alarde silencioso
O insistente movimento ocioso
De repetir sem medo: amo-te
Os lábios entrecerrados
Revestido completamente o sentimento
Despido. 



2 comentários:

  1. Amor é querer sem saber ter. É ter todos os sentimentos do mundo na desordem que o caos permeia. Canalizados de si para outrem. Quem ama não sabe, simplesmente não quer saber. Quem ama quer ser sem poder ter.

    ResponderExcluir
  2. Só da para materializar amor com gestos de amor.... Mas o platônico sempre será o mais famoso, ou não, pois há nele todo um mistério enigmático. Nele o tempo se torna água por ser tão sufocante e palavras são como bombas que estão prestes a explodir mas há o medo de se dize-las....

    ResponderExcluir