segunda-feira, 8 de julho de 2013

Nem só de pão vive o homem, mas de amor e sonho

Eu e te olho de longe, debruçado
A varanda vibra um pouco nessa tua alegria presa
E no silêncio de um sorriso desinteressado
Brota o acaso nosso de cada dia

Aos poucos envelhecemos, no olhar
E deliramos em febres tenras de fim de tarde
Dormimos entre a relva, a neblina e a saudade
E acordamos molhados de orvalho e carinho

A insônia na madruga me tirou da cama
E te olhando, eu e ela, fizemos algumas rimas
Alguns versos rabiscados com as cinzas
Do incenso que queimou a semana inteira

Adormeci sozinho no canto do quarto
Na companhia muda de um copo de café requentado
Te olhando, te admirando, te amando
Enquanto o sono entrava e tirava de cena o cansaço

Adormeci e sonhei acordado,
O vento entrava e se deleitava nos poros que eu juro serem meus
Tal qual olhos fixos no teu céu
No céu lá fora da janela que te acorda devagar

O teu olhar enche a casa de novo de vida
Os raios de sol, junto com teu olhar, agora me tocam, me seguem
Vou abrindo as janelas, você me abre um sorriso
É um novo dia pra lembrar

Talvez amanhã, assim pela manhã
Ou pela tarde, perdidos na cidade a gente pense
Em como é bom ser do acaso, dos abraços
Ou talvez sem pensar, você deixe a vida gritar
Nossos motivos, entre escândalos e gestos
E procure paz junto comigo depois de caminhar domingo
No meio da chuva, no meio da rua,
Da felicidade de ser sozinha comigo,

Chamar o corpo um do outro de abrigo, amigo de longa data

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