quarta-feira, 8 de maio de 2013

As ondas intrépidas de minhas horas

E meu olhar naufrago se cala
o vento sopra, passa e vai longe
a ancora de minhas pernas me prende
e não mais que de repente, 
eu, tão displicente, parada olho
as jangadas na praia, aos naos desalmadas

Quantos perigos meu coração sofre
preso ao teu coração corsário e poeta?
já não sei a hora e nem a direção correta
mas deixo-te sempre as portas dos braços aberta
para que um dia, que sabe no talvez, eu embarque contigo, sem demora
e me perca contigo por entre as ondas intrépidas de minhas horas

Enquanto não retornas ao porto
eu na espera me esqueço longe da realidade
e quando tento me desvencilhar das lembranças
a saudade novamente me encanta, me canta e seduz
e cheios de lagrimas e sinceridades, feito crianças
meus olhos esperam de braços dados com a esperança
a truz dos teus passos, 
teu jeito desvairado de justificar minhas lembranças

Danço no crepúsculo calmo o ritmo das marés
e no fundo eu ainda sei quem és, quem não és,e o que ainda sereis
por que ontem fomos dois, hoje sem ti também somos
e quando chegardes para fazer do meu sonho realidade
verás que na verdade
já somos três. 

E se um dia cansada, vir que não voltas
deixarei minhas lagrimas diluírem nas águas
que rodopiam na terra e tocam tua proa
e evaporadas na chuva, tocarão tuas roupas
assim ei de sempre cuidar de ti, mesmo de longe
me embriagando na angustia, curando a saudade
olhando o mesmo horizonte toda tarde
por que mesmo em silêncio, meu coração grita
minha razão o consola, mas é sempre a mesma frase repetida:
é certa a hora da chegada, tal qual foi a da partida. 



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