quarta-feira, 29 de maio de 2013

A fonte dos teus olhos

Quantos como em mim, os sonhos
Não querem enfim se enxergarem reais
Sobre o cuidado sereno dos teus olhos negros, dois cristais
Soerguidos na tua face, que resguarda os teus ares risonhos

Os mesmos olhos que já vi de tão perto, dentro da alma
Mirando-me tão intensamente que o desejo lhe embaçava a vista
E me lia as vontades no peito a ferro escritas
Como feridas de um tempo sem calma

Sereno pairo o meu olhar no teu
Num movimento louco quero ver tudo que é meu
Refletido dentro da retina tua 

E na minha pele tua, arrepiadas
Nossos olhos se fechem e eu possa ver donde deságua

As palavras doces e inebriadas
Que leio no teu corpo inteiro,
Mãos, bocas e seios
Olhar de duas negras esmeraldas, brilhando envolvidas
De chuva.



Nenhum comentário:

Postar um comentário