segunda-feira, 22 de abril de 2013

O que veio na alma

Eu fico aqui, deitado sobre esse chão bicolor
E a vida parece ter dois lados
tal qual as duas lâmpadas no teto,
as portas trancadas do meu quarto.
Os meus discos rotacionam viciados
e as lembranças afinadas ressoam
sorriso a sorriso, lagrima a lágrima.
As vezes suspiro tão fortemente que os alicerces abalam
O coração está vazio,
e o vento passando por dentro de cada espaço
parece tocar um epitáfio,
uma canção de adeus e amor maior;
E eu me questiono
se não deveria estar lá e não aqui
vivendo noutros vãos vazios
cheio de muito nada.
É a estrada infinita dentro de mim,
e tem alguém que sempre vem quando eu volto.
De talvez em talvez a minha alma esquartejada
vira peça de exposição, talvez de artes;
E a felicidade enquadrada numa tela de outdoor brilha e me convida
pra qualquer lugar do outro lado da cidade
onde as luzes parecem não se apagar,
mas não há luz que ilumine as almas daquele lado.
Se não houvesse essa luz, eu não precisaria dessa máscara,
e sem essa mascara não sei mais quem sou,
só quem estou.


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