terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Espelhos de Celulose


E lendo livre,

O livro lívido vive.
Dentro do seu intimo, Eu estive preso
Comendo as vontades e os sonhos.
No cárcere da liberdade,
A saudade me olhava aflita num canto qualquer
E a curiosidade com o olhar sempre fito no horizonte além-grades...
Quantas vidas, quantos braços me rodeando,
Quantas mãos estendidas me convidavam a viver parcelas de eternidade,
E eu sem saída me entreguei e ainda me entrego.
Deixo sumir da visão da alma todos os pontos cegos da minha razão
E fujo pra longe, no mesmo lugar correndo pro nada.
Sozinhos nós sonhamos e acreditamos em muita coisa: 
Eu, algumas páginas amareladas e as letras despojadas sobre o papel,
Convidando meus instintos a se consumirem. 
                           -Vamos sonhar!-  Grita uma voz por entre as páginas.
                           -Já estou indo! -Grita a minha alma se debatendo de tanta felicidade dentro do corpo.
E novamente os braços me envolvem, as mãos se estendem, me sufocam:
Eu morro na realidade que é minha,
Vivo na realidade alheia que também é minha; 
Minha alheia realidade, realidade alheia minha! 
Eu olho nos teus espelhos e me pergunto: quem sou?
E eu mesmo respondo: sou tudo que quiser. 

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